Suspeitas de Corrupção e Superfaturamento Abalam Gestão do Prefeito Joseleide Lázaro em Padre Bernardo
MP-GO apura lavagem de dinheiro, uso de “laranjas” e irregularidades milionárias ligadas à Prefeitura.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) instaurou uma investigação que pode atingir diretamente a gestão do prefeito reeleito de Padre Bernardo, Joseleide Lázaro. A 2ª Promotoria de Justiça da comarca abriu um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil, após denúncia anônima, para apurar um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Prefeitura.
O documento, assinado pela promotora Flávia Cristiane Viga da Silva Veira Brissant, aponta indícios de crimes contra a ordem tributária e possíveis atos de improbidade administrativa. Todas as informações descritas nesta matéria têm como fonte o próprio Ministério Público de Goiás.
Denúncias contra servidores próximos ao prefeito
A apuração começou com suspeitas envolvendo Bianca Rodrigues das Dores, assessora jurídica, e Bruno Nunes da Silva, gestor do Executivo Municipal, apontados pelo MP como possíveis “laranjas” em transações imobiliárias.
Segundo o órgão, imóveis teriam sido adquiridos por valores muito abaixo do mercado — como um lote por apenas R$ 13,2 mil — e usados para garantir financiamentos muito superiores, como um crédito rural de R$ 1,19 milhão (393% acima do valor declarado). A cooperativa Sicoob também é investigada por liberar empréstimos sem justificativa técnica, com base em uma renda declarada de apenas R$ 3,5 mil mensais.
Superfaturamento e improbidade
O MP-GO identificou transações imobiliárias envolvendo dinheiro vivo e valores incompatíveis com as rendas declaradas. Um lote no Setor Jardim das Acácias foi adquirido por R$ 29,7 mil; outro no Setor Bela Vista por R$ 27 mil; a Fazenda Recanto Feliz por R$ 250 mil; e um lote no Setor Sul por R$ 39,4 mil.
Fiscalização do Legislativo
Recentemente, outro vereador, Jocelino Alves de Lima (Celino da Saúde), protocolou um requerimento oficial junto ao Cartório de Registro de Imóveis de Padre Bernardo, solicitando informações detalhadas sobre imóveis transferidos e valores arrecadados de ITBI durante o período de vigência de uma lei municipal. O objetivo, segundo o documento, é acompanhar e fiscalizar os efeitos arrecadatórios da norma, reforçando a atuação do Legislativo no monitoramento da gestão municipal.
Os investigadores querem saber se essas operações contaram com o conhecimento ou a omissão do prefeito. Caso se confirmem irregularidades, Joseleide Lázaro poderá responder por improbidade administrativa e prevaricação.
Próximos passos
O MP enviou os autos à 1ª Promotoria para aprofundar a apuração de possíveis crimes penais e determinou diligências iniciais, incluindo pedidos de busca e apreensão, que devem ser apresentados em até 30 dias. A investigação poderá se expandir conforme novas provas surjam, mantendo a administração sob escrutínio público.
A reportagem buscou contato com a Prefeitura de Padre Bernardo, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O Portal JN News reforça que está à disposição para publicar qualquer esclarecimento das partes citadas e seguirá acompanhando todos os desdobramentos desse caso.
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