Oruam se entrega à polícia no Rio após mandado de prisãoRapper se apresentou na Cidade da Polícia, acompanhado da mãe e da noiva, e nega envolvimento com o tráfico
Oruam se apresentou na Cidade da Polícia, acompanhado da mãe e da noiva, e nega envolvimento com o tráfico

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, de 23 anos, se entregou à Polícia Civil do Rio de Janeiro na tarde desta terça-feira (22). Acompanhado da mãe e da noiva, o artista se apresentou na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, após ter a prisão preventiva decretada pela juíza Ane Cristine Scheele Santos, do Plantão Judiciário do TJ-RJ.
Oruam é acusado de sete crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano ao patrimônio público, ameaça e lesão corporal.
O caso
A prisão foi decretada após um episódio ocorrido na noite de segunda-feira (21), na residência do rapper no bairro do Joá, Zona Oeste da cidade. Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) realizavam uma operação para cumprir mandado contra um menor de 17 anos, identificado como "Menor Piu", apontado como envolvido em roubos de veículos e com ligação a facções criminosas.
Segundo a Polícia Civil, o menor foi encontrado na casa do artista. Durante a abordagem, Oruam e outras pessoas teriam confrontado os policiais com xingamentos e pedradas, resultando no ferimento de um agente. O adolescente conseguiu fugir e, em seguida, Oruam também deixou o local.
A entrega
Horas depois, o rapper publicou um vídeo nas redes sociais anunciando que se entregaria. “Vou me entregar, tropa. Não sou bandido. Desculpa aí todo mundo que eu errei. Vou dar a volta por cima e depois vou vencer através da minha música”, declarou. Após a publicação, sua conta no Instagram ficou indisponível.
Oruam chegou à Cidade da Polícia por volta das 18h em uma SUV preta, acompanhado da mãe, da noiva e do advogado. Segundo relatos, ele estava abalado, mas tranquilo, e afirmou estar disposto a provar sua inocência.
Defesa e investigação
A Polícia Civil afirma que a residência do cantor tem sido usada como abrigo para criminosos foragidos. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, classificou o rapper como "criminoso faccionado".
Já a defesa de Oruam nega envolvimento com o tráfico e afirma que não havia drogas ou materiais ilícitos na casa durante a ação. Os advogados alegam abuso de autoridade por parte dos policiais, citando, inclusive, que uma arma teria sido apontada para o cachorro de estimação do artista, aumentando a tensão no momento da abordagem.
A juíza responsável pela decisão destacou, na ordem de prisão, a “reiterada utilização de sua residência como local de acoitamento de criminosos” e enquadrou os atos em diversos artigos do Código Penal, incluindo o de lesão corporal (art. 129).
Histórico e próximos passos
Oruam já esteve envolvido em outros episódios com a Justiça. Em fevereiro de 2025, foi preso por abrigar um foragido e também foi detido por direção perigosa. Em 2024, foi investigado por disparos de arma de fogo em São Paulo. Ele também é alvo de investigações do MPF por promoção de sites de apostas ilegais.
Com a prisão preventiva decretada, ele permanecerá detido até nova deliberação judicial. A defesa pretende contestar a decisão e pede o acesso integral ao inquérito.
COMENTÁRIOS